O Escafandro e a Borboleta

| sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
(Le Scaphandre et le Papillon - França) de Julian Schnabel, 2007. IMDB - 8.1
Com Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Anne Consigny, Max von Sydow.

- Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado.
- Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme Estrangeiro. Foi ainda indicado na categoria de Melhor Roteiro.
- Ganhou o BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado, além de ser indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu 7 indicações ao César, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Mathieu Amalric), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Som.

Em 1995 Jean-Dominic Bauby, então editor-chefe da revista francesa de moda Elle, sofreu um derrame que lhe deixou em estado vegetativo. Paralisado dos pés a cabeça graças a rara síndrome do encarceramento, Bauby estava aprisionado ao seu próprio corpo. Incapaz de pronunciar uma única palavra, mas com sua consciência intacta, o personagem vivido por Mathieu Amalric aprende a desenvolver com a ajuda de uma fonoterapeuta uma maneira peculiar de se comunicar com o mundo e as pessoas à sua volta - piscando o olho esquerdo, único órgão com mobilidade sobrevivente da emboscada suicída causada por seu corpo. Dessa maneira Bauby consegue estabelecer uma conexão para registrar suas sensações em um livro. Para isso precisaria ditar letra por letra piscando na presença de uma "tradutora". O resultado disso seria a publicação do livro O Escafandro e a Borboleta, dois anos após seu derrame, aclamado pela crítica e pelo público. Bauby morreria dez dias após a publicação de seu livro.
O nova iorquino Julian Schnabel, diretor de Antes do Anoitecer (cinebiografia do poeta cubano Reinaldo Arenas), carrega o filme com leveza, transportando o telespectador para os olhos (e os pontos de vista) de um homem enterrado vivo numa cadeira de rodas. O trabalho lhe rendeu uma indicação ao Oscar e uma estatueta no Globo de Ouro como melhor diretor. Schnabel, que estava há sete anos longe das filmagens, nos conta uma história sobre a força do espírito humano. Ainda que seu personagem parecesse aprisionado por um escafandro - uma armadura de borracha e ferro usada por mergulhadores para trabalhos no fundo do mar -, através da sua consciência e da sua imaginação Bauby era um homem livre como uma borboleta, poderia estar aonde quisesse, sem pudores para dizer o que quer que fosse; desse modo (e só desse modo) a vida consegue ser mais fácil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente é um excelente filme esse... passou faz pouco (ou muito) tempo na TV Cultura... Ouvi falar que o livro é igualmente maravilhoso.
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Seu blog é bem interessante e essas cores claras, não sei, refletem um ar mais calmo, relaxante. Gostei.
Até o próximo post.

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