K-Os e a Revolução Musical

| sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A primeira vez que ouvi esse cara eu tava dentro de um carro e tudo parecia bem devagar - tipo slow motion, saca? -, as pessoas na calçada caminhavam sem pressa, sem direção. Não havia buzinas, carros desgovernados, sirene de ambulância, nada. Eu poderia apostar que pelo menos naquele instante o mundo estava em um silêncio absoluto, se não fosse pela música contagiante que tocava no rádio; se não fosse por K-Os.
É, isso mesmo. O céu parecia se rasgar lá no alto graças a essas três letrinhas que parecem ter saído de alguma nave intergalática de Jornada nas Estrelas e que iriam revolucionar a minha maneira de enxergar a música.
K-Os é um rapper canadense que resgatou tudo aquilo que já havia sido feito na black music - do soul ao r&b -, bateu num liquidificador, acrescentou seus próprios ingredientes e saiu com seu microfone pelo mundo afora. Seus discos são, a meu ponto de vista, as maiores realizações da cultura pop dos últimos anos, e poderia dizer que K-Os está para a black music assim como Beethoven esteve para a música clássica e os Beatles estiveram para o rock n'roll.
Seu visual personifica a nova imagem da cultura de rua, sem o esteriótipo da periferia norte-americana, sem carrões importados, sem mulheres rebolando, sem calças largas, sem exageros. K-Os dignifica o hip-hop. Suas músicas são recheadas com violinos, pianos, bongôs, pickup's, vocais, saxofones e seguem a fórmula sagrada do pop - um ritmo envolvente, refrões que ficam marcados e solos curtos.
Nesse exato instante a revolução musical está acontecendo em algum lugar do mundo. A cada vez que K-Os tocar num player, a cada vez que um disco seu for ouvido pela primeira vez, sua música se transformará numa grandiosa epopéia - uma viagem para o universo musical, dessas que rasgam o céu lá no alto e deixam o tempo mais devagar, parecendo slow motion.


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